O congelamento de preços é uma tentativa de controlar a inflação. Mesmo sendo implantada diversas vezes e em diversos mandatos eleitorais, ela nunca foi eficiente. Essa tentativa de controlar preços foi implementada nos Estados Unidos e em países da Europa. Fique com a gente até o fim desse post e entenda porque o congelamento não funciona.

No momento, a Argentina está tentando diminuir a inflação por meio do congelamento de preços. E assim, a história está se repetindo: O método não está sendo eficaz.

Leia este artigo, e saiba os motivos por trás da falha ao controlar preços por essa maneira erronia. Entenda também o que acontece quando o governo decide abaixar os preços a força.

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Por que controlar preços é ineficiente?

O ato de congelar os preços faz com que os sintomas sejam tratados, e não a causa do problema. Simples assim. Esse caso pode ser comparado com a de uma febre. Provavelmente, você não tratará a febre, e sim o que causou ela. Se você está com febre, a probabilidade de ela ser causada por uma virose é muito grande.

Logo, você tratará a virose como um todo e não apenas a febre. Geralmente, os governos que implementam esse método pensão em ajudar a população, por conta dos altos preços. Entretanto, essa não é uma medida eficiente. Existem alguns motivos para o aumento de preços, e dois deles são:

  • O produto está escasso: o produto encarecido pode estar em uma dificuldade de produção. Assim, a sua oferta diminui e o seu preço sobe;
  •  O país está com uma alta inflação: em casos de aumento de inflação, os preços sobem. Tal característica é culpa do governo, pois a inflação faz parte do fenômeno monetário, que deve ser controlado pelo governo.

Entretanto, a consequência do congelamento dos preços é a mesma, independentemente da razão. Qualquer produto que tiver um preço fixo determinado, menor do que o do mercado sumira das prateleiras. Mas, por que isso acontece?

Por que as mercadorias somem das prateleiras na tentativa de controlar preços?

Os motivos para o sumiço dos produtos após a diminuição podem ser vários. Se esse produto for difícil de produzir, significa que para fazê-lo é mais caro. Sendo assim, ele devia estar mais caro.

Com esse produto mais caro, as pessoas que realmente precisam dele pagarão pelo seu preço, mesmo que ele seja elevado.

No entanto, o governo pode decretar que os preços devem abaixar a favor da população. Assim, a demanda será feita de forma artificial. Com isso, até quem não comprava o produto começará a procurá-lo, por conta do seu baixo preço atual.

Entretanto, sua oferta não se modificou, e assim haverá falta do produto nas prateleiras. Consequentemente, as pessoas que precisavam desse produto irão parar de procurá-lo, ou ele ficará em falta para elas.

E se a causa da elevação for a inflação?

Em um segundo caso, todos os preços estarão subindo. Assim, se há um aumento de preços em produtos, significa que o governo continua produzindo capital. O governo pode decidir implementar um decreto a respeito do aumento.

Se caso esse decreto exigir um preço X para cada produto, sendo inferior ao preço natural, os produtores poderão encerrar a produção. Quanto menor o preço dos produtos, menos serão os lucros para quem produz. Essa também é uma forma de obter escassez de produto comercializável.

Supondo que um comerciante tenha comprado cada kg de carne por R$35,00. Em seu comércio, ele vende a carne por R$40,00 o kg. Assim, ele teria R$5,00 de lucro, correto? Mas, e se o governo demarcar o valor do quilo da carne para R$30,00? Para a população, o preço estará muito melhor. Mas, o comerciante não poderá comprar um produto, e com isso, perder capital a cada venda. Se ele o fizer, irá a falência. Logo, ele preferirá interromper as vendas da determinada carne.

Dessa forma, o comerciante seria interrogado por um agente governamental, por não vender mais carnes. Ele colocará o preço da mercadoria em questão, e o agente irá até o produtor. 

Lá, ele interrogará a pessoa, a fim de saber os motivos do aumento da carne. Por sua vez, o produtor dirá que a ração para o seu gado aumentou o seu preço, e por isso, ele vende sua mercadoria mais cara.

Por fim, o agente governamental passará as informações para o governo, que trabalhará para abaixar o preço da ração do gado, para que a carne volte à mesa dos consumidores.

Um trabalho, não?

E depois disso?

Após o rodeio econômico, o gado terá menos rações para se alimentar, e aumentar a produção de carne. Isso porque o preço das rações não trará mais lucros para seus fabricantes. Dessa forma, o ciclo se repete.

Com isso, quero que entenda que ao implementar um congelamento de preços, o governo conseguirá tudo o que não deseja: Mais escassez e inflação alta. A Argentina, citada no início do artigo é um exemplo. O governo argentino tentou controlar o aumento na inflação há dois anos. Em 2020, eles congelaram o preço de mais de 300 mercadorias. Produtos esses, considerados essenciais para a população.

Entretanto, entre agosto e setembro do mesmo ano, houve algo inesperado e indesejável. Os produtos sumiram das prateleiras. Reportagens a respeito do problema encheram a internet na época, e são facilmente encontradas em pesquisas rápidas.

Infelizmente, para piorar a situação argentina, o governo pensa em distribuir multas. Eles querem multar as empresas alimentícias por falta de abastecimento de alimentos. Mas, o que os comerciantes e fabricantes preveram? Falência, e é o que provavelmente acontecerá. Com o tempo, muitos passarão fome, graças aos métodos de congelamento de preços.

Por isso, esse congelamento nunca funcionará. Infelizmente, qualquer método que o governo tentar implementar, possuirá um efeito oposto ao esperado ou ideal. Todos deveriam sair ganhando, do produtor de matéria-prima ao consumidor. Mas, o governo de muitos países aparenta não estar pronto para isso. Inclusive o nosso.

Compartilhe esse artigo com seus amigos e familiares, para que eles entendam sobre por que o congelamento de preços não é eficiente para ninguém. Obrigado e até a próxima.