O Ibovespa é um índice do mercado de ações brasileiro que mostra o retorno teórico médio da carteira de ações brasileiras em um determinado período. Também conhecido como Índice Bovespa, ou simplesmente IBOV, é o principal termômetro do desempenho das maiores empresas listadas na bolsa brasileira, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

E como mencionado, o Ibovespa representa o desempenho de uma carteira teórica de ações das principais empresas da B3. Consequentemente, deve-se notar que não leva em consideração as flutuações no preço das ações de todas as empresas listadas.

Apesar disso, investidores e demais players do mercado geralmente consideram o IBOV o melhor índice disponível para observar o desempenho das ações brasileiras ao longo do tempo. Por isso também é considerada a principal referência da bolsa de Valores brasileira.

Publicidade

Mas para entender melhor o índice Bovespa, primeiro é preciso saber o que é o índice. Assim, os investidores poderão entender melhor como o Ibovespa funciona e como ele é calculado.

Como funciona a ibovespa?

Como mencionado, como qualquer outro índice, o IBOV mostra a variação, ao longo do tempo, dos preços de um conjunto de ativos.

O padrão no caso do índice Bovespa é representado pelo ponto do Ibovespa. Assim, quando a maioria das ações do índice caem, os pontos IBOV caem também. Da mesma forma, quando o preço de um título sobe, os pontos do Ibovespa aumentam.

E para determinar em quanto esses pontos do Ibovespa vão subir ou descer, é preciso considerar o peso de cada ação na carteira teórica do índice. De fato, as flutuações no preço dos subtítulos mais ponderados no índice têm mais impacto do que as flutuações no valor das empresas menos ponderadas no IBOV. Funciona assim:

  • Peso da ação de X no IBOV: 10 %;
  • Variação do preço da ação X por dia: +5 %;
  • efeito da ação X contra o Ibovespa: 10 % x 5 % = +0,5 %.

Neste caso, um ganho de 5 % em uma ação com um peso de índice de 10 % contribui para um movimento positivo de 0,5 % para Ivo Vespa. Da mesma forma, se as ações caem 5 %, o impacto também será negativo em 0,5 %.

Consequentemente, é preciso levar em consideração que a variação percentual dos pontos do Ibovespa ao longo do tempo é resultado da combinação ponderada das oscilações de preço de todas as ações das empresas do índice. Observar também que essa alteração na pontuação do índice é calculada automaticamente durante o período de abertura do mercado e apresentada ao mercado em tempo real.

Abaixo, por exemplo, a oscilação do Ibovespa durante o dia 12 de agosto de 2020. Neste dia, o índice abriu a negociação em 102.175 pontos, atingiu 103.116 e 100.697 pontos e finalmente cessou em 102.117 pontos:

O que é um índice?

Um índice de mercado é a variação média ponderada (positiva ou negativa) no preço de uma determinada cesta de ativos ao longo do tempo. Essa cesta será definida por uma metodologia de inclusão de variáveis ​​com base nos índices.

Em outras palavras, um índice de mercado funciona como um índice de inflação, como o IHPC (Índice Alargado de preços ao comprador ou IGP-M (Índice Geral de preços do marketplace). Assim como esses benchmarks de inflação, os índices de mercado também acompanham o movimento do preço médio de um determinado ativo.

A diferença, porém, é que os índices de inflação espionaram o desempenho médio e ponderado de uma cesta de bens e serviços, enquanto os índices de ações, por outro lado, espionaram o desempenho médio e ponderado das ações no mercado de ações.

Existem também diferenças nos ativos selecionados para cada índice de mercado, assim como existem diferenças entre as cestas de commodities IPCA e IGP-M. Esta escolha dependerá sempre da metodologia desenhada.

Qual a metodologia do Ibovespa

O próximo passo, depois de entender como funciona o principal índice da bolsa brasileira, é conhecer a metodologia do Ibovespa. Ou seja, quais são os critérios que determinam o índice para incluir ou excluir determinada empresa da carteira teórica.

Afinal, como mencionado, o Ibovespa não representa o desempenho de todas as ações em bolsa, mas das empresas mais negociadas e maiores listadas na B3. Assim, das mais de 300 empresas disponíveis na bolsa, apenas cerca de 70 integram o Ibovespa.

Para selecionar essas empresas, o Índice Bovespa possui critérios bem definidos para a inclusão de ações em sua carteira teórica. Vale ressaltar que esses critérios são atendidos a cada quatro meses. Este é o período de tempo em que o portfólio é reequilibrado.

Junto aos critérios de inclusão, o índice também possui características que determinam que o papel de uma empresa no índice não faça mais parte de sua composição. Para entender melhor a abordagem do Ibovespa, seguem abaixo os critérios de inclusão e a ponderação do índice:

Critérios de inclusão do Ibovespa

Os critérios de inclusão do Ibovespa são os critérios que determinam se uma ação de determinada empresa é elegível para inclusão em um índice. E eles não são adequados para o índice Bovespa em primeiro lugar:

  • BDR (Recibo Brasileiro);
  • Empresas que se encontram em processo de recuperação judicial ou extrajudicial;
  • As ações são consideradas penny stocks (com preço inferior a R$ 1);
  • empresa com sistema especial de gestão temporária;
  • Ações da empresa em uma situação de registro particular.

Ao remover essas ações, os critérios de inclusão do Ibovespa selecionam ações que:

  • Está presente em 95% das últimas 3 carteiras do índice negociadas
  • Durante as últimas 3 carteiras do índice, eles estão entre os ativos que compõem 85 % do Índice de Negociabilidade (IN).
  • O volume financeiro no mercado à vista deve ser de pelo menos 0,1 %.

Critérios de ponderação do Ibovespa

Segundo, além dos critérios de inclusão, existem também os critérios de ponderação do Ibovespa. Ou seja, a regra que determina o peso das ações de cada empresa no índice.

Nesse sentido, cabe destacar que a atual metodologia do índice Bovespa considera, sobretudo, o valor de mercado do free float das empresas elegíveis para compor a carteira. Ressalta-se também que nenhum ativo pode representar mais de 20 % do índice.

O método de pesagem acima entrou em vigor em 2014, quando o antigo método do Ibovespa foi abolido. Quando ainda está em vigor, tal limiar cria uma distorção muito negativa e componente IBOV.

Entenda a metodologia antiga do Ibovespa

Na metodologia atual, o peso de um ativo dentro do índice depende, em primeiro lugar, do valor de mercado de suas ações em circulação. Entretanto, na metodologia anterior do Ibovespa, essa ponderação considerava igualmente o valor da operação em relação à quantidade de ações negociadas.

Portanto, uma empresa pequena, mas com muita negociação em termos de número de ações e volume negociado, pode ganhar peso significativo no índice. Não houve restrição quanto à proporção de ações do índice.

Esses problemas às vezes causavam distorções muito grandes na carteira teórica do Ibovespa. Foi o caso, por exemplo, das ações da ex-OGX, que eram negociadas no código OGXP3.

Quais empresas fazem parte do Ibovespa

  • Vale (VALE3) – 10,9%;
  • Petrobras (PETR3 e PETR4) – 9,4%;
  • B3 (B3SA3) – 6,7%;
  • Itaú Unibanco (ITUB4) – 6,5%;
  • Ambev (ABEV3) – 3,0%;
  • Magazine Luiza (MGLU3) – 2,9%;
  • Banco do Brasil (BBAS3) – 2,6%;
  • Lojas Renner (LREN3) – 1,8%;
  • Fleury (FLRY3) – 0,4%;
  • MRV (MRVE3) – 0,3%.

Como podemos ver, a escolha das ações que compõem o Ibovespa é bastante lógica. Afinal, quanto maior o valor de mercado da empresa e o volume de seus títulos negociados, maior a participação do índice.

No entanto, é importante notar que uma empresa em um IBOV não é necessariamente um bom investimento. Em consideração a isso, a análise fundamental das ações é necessária levando em conta a eficiência tendência de crescimento E o mais importante, a valorização das ações.

Por fim, vale ressaltar que ao olhar para algumas dessas empresas do Ibovespa como Ambev, Itaú ou Vale, muitos investidores não conseguem imaginar esse índice sem sua participação. No entanto, vale ressaltar que, no passado, grandes empresas com participações em alto índice saíram do IBOV.

Quem saiu do Ibovespa

Antes de mais nada, vale lembrar que a volatilidade das ações da empresa Ibovespa é um fenômeno natural. Em última análise, a carteira do índice muda ao longo do tempo justamente pela entrada e saída de empresas, inserindo o elemento.

No entanto, vale destacar que existem grandes empresas que já possuem um percentual significativo no IBOV e eventualmente sairão do índice. Entre essas empresas que saem do Ibovespa estão:

  • Oi;
  • OGX;
  • Telebrás;
  • Telemar;
  • Acesita;
  • Belgo Mineira;
  • Moinho Santista;
  • Paranapanema.

 

Algumas das organizações que citamos anteriormente nem existem mais na bolsa, como a Acesita, na qual faz parte da atual operação. Já outras, nem existem mais, como a Telebrás, por exemplo, que foi arrematada em partes em 1998.

Qual a rentabilidade histórica do Ibovespa?

Outro ponto importante a ser levantado refere-se à rentabilidade histórica do Ibovespa. Afinal, o desempenho histórico obtido pelo índice pode ajudar a verificar se investir na bolsa brasileira ao longo do tempo foi – ou não foi – um bom negócio.

No entanto, neste ponto é preciso destacar que a melhor forma de avaliar a rentabilidade financeira do Ibovespa é observar seu desempenho em dólares. Isso ocorre porque, com o tempo, as pontuações do Índice Bovespa podem ficar distorcidas devido à inflação brasileira.

Afinal, se a moeda nacional, o real, estiver desvalorizada, os preços das ações subirão naturalmente, assim como as commodities em tempos de inflação. Esse aumento pode, portanto, dar a falsa impressão de que o Ibovespa é altamente lucrativo, o que é afetado pelo processo de inflação.

Então, para evitar esse tipo de distorção. O mercado tenta observar o retorno do índice do dólar. Ao fazer isso, a pontuação do índice é dividida pelo preço da moeda estadunidense. Assim, a distorção da rentabilidade final é eliminada.

Além disso, cabe destacar também que grande parte do volume de investimentos no mercado acionário brasileiro pertence a investidores estrangeiros. Para eles, a lucratividade dos investimentos no Pau-Brasil não é medida em reais, mas em dólares, que é a principal fonte de recursos utilizada para a alocação de capital em ativos brasileiros.

Quais os outros índices do mercado brasileiro

Sendo assim, agora você conhece sobre o IBOV, indicador fundamental que os investidores precisam conhecer, mas há outros índices no mercado brasileiro importantes para se conhecer. Por isso, a seguir confira alguns dos principais índices existentes e a metodologia de cada um deles de forma resumida.

Índice Brasil

Um dos principais índices do mercado acionário brasileiro é o IBR-X 100, também conhecido como Índice Brasil. Como o nome sugere, esse índice mostra o desempenho de uma carteira teórica de 100 ações de empresas brasileiras na B3.

Além disso, vale destacar que, na seleção dos ativos que compõem o índice, são consideradas as ações mais negociadas em bolsa em termos de volume financeiro e transações realizadas. Essa também é a mesma metodologia do índice IBR-X 50, que filtra não as 100, mas as 50 ações mais negociadas usando o mesmo critério.

Índice de Dividendos

Outro índice do mercado de ações brasileiro é o IDIV, conhecido como Índice de Dividendos. Basicamente, este índice é projetado para mostrar o desempenho ao longo de uma carteira teórica. Isso inclui as empresas brasileiras que pagam mais dividendos.

Para incluir essas empresas no índice, o IDIV possui uma metodologia de inclusão de ativos que inclui 33 % das ações que mais pagaram dividendos em termos de retorno de dividendos nos últimos 36 meses.

Índice Small Caps

Outro famoso índice de ações brasileiro é o índice Small Caps, conhecido como SMLL. Fortemente seguida pelos investidores, a SMLL representa o desempenho das empresas subavaliadas no mercado acionário brasileiro, que são aquelas que, em média, apresentam maior risco e maior potencial de retorno.

Para representar essas empresas, o Índice Small-Cap possui uma metodologia que inclui apenas empresas que não estão entre os 85 % maiores do mercado de ações por valor de mercado. E embora leve em conta ações de pequenas empresas, esse índice não acompanha o que é considerado penny stocks (com preço inferior a 1 real).

Índice Imobiliário

Como o acrônimo sugere, o IMOB é o índice bolsista que representa o desempenho das ações das principais empresas bolsistas envolvidas no setor imobiliário. Essas empresas incluem empresas de construção, é claro, mas também shopping centers e empresas de administração de propriedades.

Índice Financeiro

Por último, mas não menos importante, outro índice que é acompanhado de perto no mercado de ações brasileiro é o IFNC. Em essência, apresenta o desempenho das grandes empresas listadas que atuam no setor financeiro. Em outras palavras, é o resultado das ações do banco companhia de seguros e empresas de câmbio.

Como investir no Ibovespa

Mesmo conhecendo os demais índices do mercado brasileiro, alguns investidores podem se interessar em saber como investir no Ibovespa. No entanto, deve-se notar que não é possível investir em índices. Porque é apenas uma carteira teórica calculada pelo mercado.

Em outras palavras, um índice não é um ativo no qual os investidores podem investir diretamente. Pode parecer frustrante, mas existem alternativas que resolvem esse problema. que investirá em ETFs (Exchange Traded Funds).

Basicamente, esses ETFs são fundos negociados em bolsa fechados que investem em ativos de diferentes índices. Ou seja, existem vários ETFs destinados a investir em determinados índices. Por exemplo:

  • DIVO11 – ETF das ações do índice de dividendos, o IDIV;
  • FIND11 – ETF das ações do índice financeiro, o IFN;
  • SMAL11 – ETF das ações do índice de Small Caps, o SMLL.

Como você pode ver, cada um dos ETFs acima segue uma metodologia de seleção de índice vinculado. Isso significa que, se uma determinada ação tombar de um índice, o ETF que a acompanha venderá logicamente as ações da empresa.

ETF’s do Ibovespa

Por fim, uma alternativa para investir no IBOV é investir no ETF Ibovespa. Assim, os investidores investem em fundos fechados listados cuja lucratividade está atrelada à performance do índice Bovespa.

Para investir indiretamente no Ibovespa por meio desses ETFs, o investidor deve primeiro ter uma conta em um corretor. Assim, você terá acesso ao mercado de ações, onde poderá comprar ações de qualquer ETF IBOV.

Então, abaixo estão alguns ETFs que modelam os investimentos teóricos da carteira do Ibovespa nas empresas deste índice:

BOVA11

O primeiro, e talvez o mais famoso ETF do Ibovespa é o iShares Ibovespa Fundo de Índice (BOVA11). Listado desde 2008 e gerido pela BlackRock Pau-Brasil, o BOVA11 tem taxa de administração de 0,3 % ao ano.

BOVB11

Outro ETF do Ibovespa é o Bradesco Ibovespa Profundo de Índice ETF (BOVB11), que também é o mais novo ETF do índice Bovespa, tendo sido criado em 2019. O fundo com taxa de administração menor que seus pares, em 0,2 % ao ano.

BOVV11

O terceiro ETF do Índice Bovespa é o conhecido It Now Ibovespa (BOVV11). negociado em 2016 e gerido pelo Itaú Unibanco, o BOVV11 tem taxa de administração anual de 0,3 %.

XBOV11

Por fim, outro ETF para quem busca investir em ativos IBOV é o ETF VASO Ibovespa Fundo de Índice (XBOV11). Esse fundo, como o nome sugere, é administrado pela gaveta Econômica Federal, que cobra uma taxa de administração superior à de seus concorrentes, que é de 0,5 % ao ano pela administração do XBOV11.

Conclusão

Portanto, apesar de ser um dos maiores ícones de investimento em bolsa do país, o Ibovespa não é um investimento. Na verdade, é simplesmente um índice que representa o desempenho de uma carteira teórica de ativos ao longo do tempo.

E por se tratar de uma carteira teórica, não é possível que os investidores apliquem seus recursos diretamente no Ibovespa. Para aproximar isso, o investidor, conforme mencionado, tem a opção de investir em ETFs (Exchange Traded Funds) que investem nos mesmos ativos do índice.

O Ibovespa foi criado para figurar a economia brasileira. Ao longo dos anos, ele se concentrou em setores específicos, como finanças. No entanto, o indicador é o principal parâmetro para comparar o desempenho em renda variável.

Por mais de 50 anos, o Ibovespa passou por muitos altos e baixos. Em geral, quem investiu no passado agora está colhendo bons frutos. Possua em mente que a volatilidade atual não deve ofuscar os retornos que os investimentos em ações podem oferecer no médio e longo prazo.

Então, se você pretende erigir patrimônio de forma sólida, os ativos vinculados ao Ibovespa tendem a ser boas alternativas.