O IPCA é um dos maiores índices existentes na nossa economia, pois ele se trata do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, se fazendo presente de várias formas. Esse indicador influencia também o quanto investimentos atrelados a ele podem render, como investimentos de renda fixa.

Se você está começando a investir, saiba que é essencial entender sobre o IPCA. Então, leia até o final, e entenda do que ele se trata e qual o seu papel na economia.

Definição de IPCA?

O IPCA é a ferramenta oficial de índice inflacionário brasileiro. O IBGE calcula o IPCA nacional todo mês, realizando os levantamentos e pesquisas nas maiores cidades metropolitanas. Ele possui o objetivo de entender tudo sobre o custo de vida dos cidadãos dessas regiões.

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Ou seja, afirmamos que quando o IPCA está alto, significa que o custo de vida da população do Brasil ficou mais caro, assim como ele se apresenta mais baixo quando a taxa se reduz.

Como o IPCA surgiu?

O indicador IPCA surgiu em 1979, porém apenas começou a conduzir a política econômica do Brasil pelo Banco Central em meados dos anos 2000.

Ele também foi eleito pelo Conselho Monetário Nacional como uma ferramenta que deveria ser utilizada para medir o nível inflacionário do Brasil. O IPCA foi escolhido em 1999 e se mantém como o mais importante índice usado para medir a inflação até hoje.

Também devemos falar que o Banco Central é o grande responsável por colocar em prática todas as regras para que as metas do controle de inflação sejam cumpridas anualmente, o que significa que o Bacen e o CMN devem trabalhar juntos para que a inflação não dispare.

Como a inflação afeta a economia brasileira?

A inflação corresponde ao aumento descontrolado de serviços ou produtos de um país, em pouco tempo. A inflação, uma vez que se considera disparada, afeta o poder de compra dos brasileiros, então se o consumidor possui menos poder para comprar e manter a economia funcionando, ela é afetada.

Nem todo aumento de preço, como altas isoladas são vistos como aumento na inflação. Um aumento de preço que geralmente corresponde a um aumento da inflação deve influenciar o preço de diversos produtos, de forma simultânea.

Porém, a inflação também é medida com o índice de inflação. O IPCA corresponde ao índice oficial que mede o nível inflacionário, por mais que existam outros índices que são utilizados por vários setores, para testar a inflação.

Como um outro exemplo de índice que mede a inflação, existe o INCC, que tem a função de analisar o preço de construções de residência.

Anualmente, o Bacen apresenta metas para diminuir a inflação, visando aumentar o poder de compra do cidadão e controlar os preços. Tal meta condiz com um percentual antes dito pelo IPCA, variando por um tempo de tolerância.

No ano de 2029, a meta inflacionária chegou a 4,25%, podendo ter variações de 1,5 pontos de porcentagem acima ou abaixo da meta, podendo ocorrer um aumento de até 5,75%, ou uma baixa de até 2,75%, sem que tudo saia do controle.

Nos anos de 2014 e 2015, o IPCA registrou um percentual acima da meta, com índices de 6,41% e 10,67%, respectivamente.

Já em 2016, ocorreu uma redução, com o IPCA em 6,29%, e em 2017 o percentual do índice diminuiu drasticamente, chegando a 2,95%.

Como uma tentativa de controlar o índice inflacionário, o CMN fixou as seguintes metas para o ano passado e esse ano:

  • Para 2021 – 3,75%;
  • Para 2022 – 3,50%.

Como o IPCA calcula os custos?

Os cidadãos que possuem uma renda mensal de 1 a 40 salários entram no cálculo realizado pelo IPCA. A origem desses rendimentos não é importante, mas sim o valor.

Essa abrangência do IPCA corresponde a aproximadamente 90% das famílias que moram em áreas urbanas.

O cálculo desse indicador também abrange um conjunto de serviços e produtos que são geralmente consumidos por essas pessoas que são consideradas no índice.

Cada item de consumo da cesta é baseado na Pesquisa Orçamental Familiar, que possui dados a respeito de hábitos e gastos entre as famílias.

O IBGE é responsável por calcular e divulgar esse índice, além de fazer as pesquisas e coletar os dados entre o primeiro e último dia de cada mês. Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística rodam as maiores cidades brasileiras, como São Paulo, Recife, Belém, Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro, Goiânia, entre outros.

A coleta de dados é realizada em diversos estabelecimentos comerciais, em domicílios, onde os pesquisadores visitam cidadãos, quando o cálculo é feito baseado em preços de condomínio e aluguel, por exemplo. Outros tipos de comércio também são visitados.

O IPCA considera, de forma prioritária preços de exatamente 465 itens que estão dentro de grupos primordiais para os cidadãos. Citaremos alguns dos itens mais pesquisados:

  • Alimentação: pão francês, manteiga, refeição em restaurantes ou ao ar livre, bebidas, entre outros;
  • Transporte: ônibus, conserto de automóvel, gás de carro, mototáxi, entre outros;
  • Moradia: taxa de esgoto, taxa de água, energia elétrica, reformas, aluguel, entre outros;
  • Bem-estar e saúde: perfume, hidratante, plano de saúde, medicamentos, dentista, entre outros;
  • Artigos para casa: refrigerador, notebook, computador, móveis para a sala, lençol, eletrodomésticos, entre outros;
  • Gastos pessoais: serviços bancários, cigarro, barbeiro, cabeleireiro, entre outros;
  • Sistema de educação: ensinos em escolas, cursos, faculdade, cursos técnicos, entre outros;
  • Mariais de vestuário: Camisas, calças, tênis, saias, entre outros;
  • Meios de comunicação: telefone celular, internet, TV, telefone fixo, entre outros.

As subcategorias de IPCA

O IPCA possui algumas subcategorias, especificamente duas, e cada uma possui uma função específica.

IPCA-15

Esse IPCA não corresponde ao IPCA oficial, se contarmos com as regiões que o oficial abrange e ao período de coleta das informações. Esse tipo de IPCA coleta valores dos produtos pesquisados dentro de 15 dias, começando do dia 16 ao 15, do próximo mês.

Esse, em específico abrange as regiões metropolitanas do Brasil: Porto Alegre, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, Belém, Recife, Belo Horizonte, São Paulo, além de Goiana e Distrito Federal.

IPCA-E

Já essa variação de IPCA corresponde ao próprio índice, que acumula a cada 90 dias, com o IPCA-15 como referência.

Como o IPCA é usado economicamente?

O IPCA é um índice que possui muita importância para a economia do Brasil, pois ele é utilizado para várias finalidades, além da que já vimos.

Índice de inflação oficial

O fato de o IPCA ser o índice de inflação oficial significa que ele é responsável por medir os índices inflacionários anualmente, pretendendo fazer de tudo para controlar o percentual.

Indicador para realizar reajustes

Ele é essencial para ajustar contratos públicos ou privados com mais eficiência. Isso quer dizer que qualquer quitação de pagamento que você faz, como por exemplo o pagamento de um aluguel feito por você é reajustado também pelo IPCA, mesmo não sendo tão frequente assim. Existem regiões do Brasil que também reajustaram a taxa de IPTU por meio deste.

Indexador para diversos investimentos financeiras

Existem investimentos que possuem uma rentabilidade ligada ao IPCA, e geralmente são de renda fixa. O investidor pode optar por investir nesses ativos por ser uma ótima estratégia, principalmente se ele quiser proteger seu capital e ativos das inflações.

Por isso, os investidores que querem proteger seus investimentos do índice de inflação, podem optar por investir em aplicações financeiras onde o IPCA atua como um indexador.

Alguns dos investimentos são unidos ao IPCA, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Tesouro IPCA e Letra de Crédito de Agronegócio (LCA), onde são pagos os lucros pré-fixados, junto à variação de IPCA durante todo o momento do investimento.

Também existem as debêntures, títulos de investimento gerados por empresas com o objetivo de captar recursos para gerar outros investimentos, junto a uma rentabilidade ligada ao IPCA.

Os CRI e CRA, Certificados de Recebíveis, também são um exemplo de investimento atrelado a esse índice, sendo muito semelhantes ao LCA e LCI. No entanto, esses não são gerados por empresas seguradoras e não possui FGC, o fundo que garante crédito, ou seja, devolve investimentos, caso a empresa responsável venha a falir.

Nesse caso, a sua rentabilidade pode estar ligada ao CDI, IPCA ou taxa Selic. Gostou do artigo? Veja os nossos outros aqui no blog e divirta-se! Compartilhe com os seus amigos.