A pergunta que não quer calar: vale a pena financiar um imóvel? Vale a pena entrar em um processo de financiamento? Essa é a alternativa de muitas pessoas que desejam ter a casa própria, mas ao mesmo tempo pode ser uma dúvida gigantesca para quem está pensando sobre o assunto. Vamos falar sobre isso hoje.

O que é o financiamento imobiliário

O financiamento imobiliário é uma linha de crédito que os bancos oferecem. Essa linha de crédito é utilizada para fins imobiliários, como a compra de casas e apartamentos. O financiamento costuma cobrir até 80% do valor total do imóvel e pode durar até 35 anos, se for pago da forma correta. Se não for pago corretamente, pode se tornar uma dívida que se alastra por muito tempo.

O pagamento do valor total (chamado de saldo devedor) é feito de forma parcelada. O valor máximo dessas parcelas tem como base a sua renda comprovada e não pode passar de 30% da sua renda total. Por isso, se você ganha R$ 6.000 por mês, bancos vão lhe oferecer parcelas mensais de até R$ 1.800. 

Publicidade

O financiamento imobiliário é uma forma que muitas pessoas encontram para conquistar a casa própria. Mas existem prós e contras desse método de compra, e você precisa estar atento a todos eles. Veja o que levar em consideração na hora de financiar um imóvel:

Como em todo financiamento: juros

O financiamento de imóveis contém juros. Vamos supor que você está sonhando com uma casa que custa R$ 200 mil reais, saiba que a casa não vai custar apenas duzentos mil reais, pois os juros estarão embutidos, e sua casa poderá custar até R$ 350 mil reais no fim das contas. A parcela que você pagará mensalmente contém o valor da amortização do contrato e os juros. 

Quais são as taxas de juros de um financiamento de imóvel?

As instituições bancárias determinam suas taxas de juros, e acompanham as outras agências para competir nesse valor. Portanto, lembre que os valores dessas taxas podem ser alterados de acordo com a situação econômica no país. No início de 2020, as taxas dos maiores bancos era:

  • Banco do Brasil: 7,4%
  • Banco Bradesco: 7,3%
  • Caixa Econômica Federal: 6,5%
  • Banco Itaú: 7,45%
  • Banco Santander: 7,99%

Qual é o custo efetivo geral do financiamento imobiliário? 

São nas parcelas do financiamento que entram as taxas de juros anunciadas pelas instituições, e ainda existem outros encargos inseridos: 

É por isso que é tão necessário saber quanto fica o CET – Custo Efetivo Total de cada financiamento. Isso inclui:

  • A contratação de dois seguros obrigatórios (seguro de morte e invalidez e seguro do imóvel). Eles custam entre 0,5% e 1% de juros anuais;
  • Taxa administrativa do contrato (um valor fixo entre R$ 25 a R$ 100 na parcela mês à mês);
  • Taxa anual de juros da instituição bancária;
  • Índice de correção atrelado à taxa de juros, como a Taxa Referencial (que é estipulada pelo governo e hoje zerada) ou IPCA (índice oficial de inflação; que em março de 2020, foi de 0,07%)

Com o passar do tempo, as parcelas podem decrescer um valor (se for colocado o Sistema de Amortização Constante – SAC) ou manterem seu valor permanente (se for aplicada a Tabela PRICE).

Pagar o aluguel ou pagar o financiamento?

Essa é uma dúvida muito grande e a resposta é que tudo vai depender de você. Algumas pessoas preferem morar de aluguel enquanto investem o restante do seu dinheiro, e esse investimento rentabilizado pode ajudá-la caso queira comprar um imóvel à vista algum dia, por exemplo. Pode ser que demore a média de dez anos para que esse investimento seja o suficiente para comprar uma casa, mas vale lembrar que um financiamento pode demorar até 35 anos para ser pago totalmente. Portanto, ao fazer um financiamento precisamos ter em mente que devemos essa casa, e que não será nossa de fato até quitarmos totalmente o valor que ela possui. Caso você pare de pagar, o banco pode tomá-la de volta e negativar o seu nome.

Para algumas pessoas, o financiamento é sim uma boa saída, pois elas antecipam o sonho da casa e já podem morar no imóvel o quanto antes, e para algumas pessoas pagar uma parcela é mais fácil do que guardar a mesma quantia ou investi-la. Por isso, essa questão é tão individual.

A ideia dos financiamentos, sejam de veículos ou imóveis, está atrelada a antecipação do sonho, e outra coisa que se deve levar em consideração é: esse é o momento de realizar esse sonho? Você poderá bancar o valor do financiamento, os valores de obra, os móveis e outros gastos e investimentos que devem ser feitos na sua casa? Se a resposta for “sim” então, este pode ser o seu momento de fazer um financiamento, se a resposta for “não” pense bem.

Conclusão

Antes de fazer um financiamento veja vários tipos de imóveis, veja bem qual é a corretora do imóvel, o que também é muito importante para evitar problemas futuros. Não se esqueça de verificar as taxas de juros, as taxas administrativas e os seguros que são embutidos no financiamento. Por fim, pergunte-se se esse é o momento correto para entrar em um financiamento ou se você deve esperar por uma outra fase da sua vida. Não tenha pressa, tenha consciência e bom senso antes de tomar essa decisão.