Você já ouviu falar na regra dos 72? Ela é uma operação matemática simples que visa facilitar a vida de um investidor. Se você é um investidor ou conhece investidores, é essencial que você leia ou repasse esse artigo.

Pode ser que você nunca tenha ouvido falar nela até agora. Mas sei que gostará de conhecê-la, e poderá contar com ela para fortalecer o seu controle financeiro.

A regra dos 72 se trata de uma ferramenta poderosíssima e de fácil utilidade. Com ela, você fará cálculos de seus juros compostos em instantes. Assim, você não errará mais ao calcular seus juros.

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Muitos investidores se queixam sobre frequentes erros ao tentar calcular as taxas de juros acerca de um investimento. Realmente, incluir o efeito dos juros compostos em um cálculo de cabeça é complicado. Esse também é um erro, que não deve ser feito.

Se você passa pelo mesmo problema, me ouça: Leia este artigo a respeito da regra dos 72, e passe a resolver cálculos complexos de juros em segundos. Aplique essa regra nos seus investimentos e na sua vida pessoal, e aprenda a realizar um dos cálculos mais eficientes de todo o mercado consumidor.

Por que usar a regra dos 72?

Saber realizar o cálculo dos juros compostos de cabeça não é uma tarefa para todos. Isso também torna o cálculo um tabu para vários investidores. Muitos se identificam com a dificuldade que existe em calcular esses números.

Após se depararem com o cálculo, um investidor geralmente pensa da seguinte forma:

“Se eu tenho R$ 1 mil investidos, eles possuem uma rentabilidade de 10% ao ano. Logo, eu dobrarei o meu capital daqui a 10 anos”.

Essa seria uma boa lógica, já que podemos somar 10%, até que o total seja 100%. Entretanto, como eu disse, ela seria boa, já que não é.

Esse raciocínio está incorreto. Lembre-se que com dívidas capitalizados em regime de juros compostos e com aplicações financeiras, os 10% ou qualquer outro valor de juros não incidem só sobre o patrimônio inicial.

Na verdade, ela incide acima do patrimônio inicial mais os juros recebidos antes. Dessa forma, uma aplicação que tem um rendimento de 10% ao ano não dobrará o seu capital em 10 anos, mas sim em um tempo menor.

Com isso, você está se perguntando até quanto tempo o seu patrimônio levará para ser dobrado. E eu respondo que, cerca de 7 anos e 2 meses.

Você viu uma semelhança entre os números que compõem o prazo? Sim, eu usei a regra dos 72.

A regra dos 72 e o poder dos juros compostos

De forma direta, essa regra indica qual o prazo para o seu investimento inicial dobrar de valor.

A fórmula universal para realizar o cálculo é:

  • 72 / taxa de juros aplicados = prazo para o patrimônio dobrar (em anos).

No exemplo dado anteriormente, dividi 72 por 10, que é a taxa de aplicação. Dividindo, cheguei nesse resultado de 7,2 anos para a capital dobrar.

E 72 / 16? Dá 4 anos e 5 meses!

Usando uma taxa de 16%, o tempo seria menor para o patrimônio dobrar. É importante que você leve esta regra de cálculo com você, sempre. Renuncie os cálculos de juros compostos feitos mentalmente.

Em um outro exemplo, vamos supor que você possui um empréstimo com custo de 30% anual. Você deve ter certeza que o valor que você irá pagar não demorará 3 anos e alguns meses para dobrar. Esse seria o resultado se você somasse 30% 10 vezes.

Em vez disso, o verdadeiro resultado é de cerca de 2,4 anos, pois 72 / 30 = 2,4!

Por mais que essa fórmula seja maravilhosa eu devo te alertar para uma coisinha.

Juros nominais e reais

E os juros nominais? Em todos os exemplos, eles foram citados, pois ao meu ver é importante trabalhar com esse conceito sempre que falamos sobre aplicações.

Bom, no exemplo que citei, um patrimônio que foi investido a 10% anual teria o seu valor dobrado em termos nominais. Mas, e se a inflação chegasse a uma porcentagem de 5 ao ano? Como essa conta ficaria?

Mesmo assim, a dobra nominal seria igual. Ao final do prazo, os R$ 100 mil se tornariam R$ 200 mil. Entretanto, o poder de compra não poderia ser dobrado, pois a inflação corroeu um pouco desses retornos.

Para entender de verdade, quando um patrimônio aumenta em dobro o seu poder de compra, imagine todo o seu retorno maior do que a inflação.

Então, como você deve fazer o cálculo? Bom, a taxa de juros descrita no exemplo é de 10% ao ano. Comparando com a inflação anual de 5%, poderíamos calcular um real retorno de 4,76% anuais.

Levando em conta que a fórmula para obter o retorno real é:

  • (1 + taxa de juros) / (1 + inflação) – 1

Dessa forma, considerando que seu patrimônio rendeu o valor próximo a 4,76% anual acima da inflação, o cálculo indica que ele dobraria seu poder de compra dentro de 15 anos. 

Entendeu a inconstância da economia em relação aos juros?

Facilite seus cálculos

Agora que você sabe como calcular com a regra do 72, perceba como ela pode facilitar a sua vida de investimentos. Agora que você aprendeu, não terá mais confusões ao fazer cálculos de cabeça. Na verdade, você não precisará pensar em fazê-las.

Entretanto, lembre-se que você não deve se iludir ao ver o seu patrimônio dobrando. Na verdade, dobrar o valor investido em um ano com uma inflação de 100% é o mesmo que manter o patrimônio com o mesmo poder de compra. Note que nessa suposição, penso em um cenário hipotético e extremamente forçado.

Portanto, você deve sempre lembrar de usar essa regra em conjunto realizando o cálculo da taxa de juros real. Aplique essa fórmula:

  • 72/ taxa retorno % = prazo da capital dobrada em anos

Junto a essa fórmula:

  • Taxa do retorno real = (1 + taxa do retorno nominal) / (1 + taxa da inflação) – 1.

Você gostou de conhecer a regra dos 72? Compartilhe com seus amigos investidores, para que eles deixem de calcular os seus juros compostos de forma errada. Obrigado, e até a próxima!