A Renda Fixa passou décadas sendo amada pelos brasileiros, com juros altos que asseguravam um bom retorno, que por este motivo, não era necessário procurar muito antes de decidir-se. Embora o cenário tenha passado por mudanças nos últimos anos com a queda da taxa Selic, esse tipo de investimento ainda é preferência.
Sendo assim, você deve estar se questionando: Afinal, como funciona a renda fixa?
Caso você seja do tipo que opte por renda fixa, pois foi o que você fez na sua vida inteira, mas não sabe bem o motivo, este guia montado por nós será bastante útil, aqui explicaremos em detalhes sobre a Renda Fixa e o que a diferencia dos demais produtos financeiros. Portanto, siga o fio abaixo para mais:
O que é renda fixa?
A renda fixa, como o nome sugere, é uma classe de investimento em que o rendimento do título é determinado no momento em que é feito o contrato. Por exemplo, se o investidor adquirir um título que tenha juros prefixados que rendem 6% ao ano, ao final do período, ou seja, na data de vencimento do contrato ele receberá a remuneração conjunta.
Por outro lado, se você contratar um título pós-fixado atrelado ao CDI, não é possível saber exatamente quanto você receberá ao final do prazo, mas você sabe que o retorno é fixado no CDI. Além disso, quando você investe em renda fixa, você está comprando um título de dívida. Ou seja, os investidores emprestam dinheiro às emissoras de títulos e recebem juros em troca.
Como funciona a remuneração da renda fixa?
Em resumo, aqueles que compram um título de renda fixa, emprestam o seu dinheiro a alguém. Em troca, eles receberam este valor aplicado de volta com um acréscimo em juros no futuro, que é a remuneração pelo tempo em que o dinheiro foi emprestado. Desde o início, as condições referentes a essa transação são acertadas, desde os prazos e taxas até mesmo os índices de referência e demais detalhes quanto à negociação dos papéis.
Quais as características da renda fixa?
Primeiramente, os títulos de renda fixa dividem-se em públicos e privados. No caso dos títulos públicos, por exemplo, suas aplicações são as mais seguras do país, já que se trata do crédito soberano.
Agora os títulos privados, têm em grande parte a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O FGC é responsável por manter a segurança de recursos aplicados com o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. No caso de investimentos no mesmo CPF, mas em bancos distintos é R$ 1 milhão. Por isso, para investir em valores maiores que o limite de R$ 250 mil é interessante que os recursos sejam separados em diferentes bancos.
Tipos de investimento em renda fixa
A renda fixa é um produto que pode variar bastante, visto que tem diversos tipos de aplicações diferentes, com características semelhantes.
Ademais, essa modalidade atende os mais diversos tipos de investidores, desde os mais conservadores que procuram segurança e previsibilidade até aos mais arrojados.
Nesse sentido, é possível classificar os títulos de renda fixa em:
Títulos públicos
O Tesouro Nacional é quem lança um programa bastante popular nos últimos anos, o Tesouro Direto é tão seguro quanto a poupança. Emitido pelo Governo, os recursos são captados com a venda e destinados ao governo no financiamento de projetos públicos.
Há diversas opções de títulos no Tesouro Direto em que o investidor pode escolher o prazo da sua aplicação de acordo com os seus objetivos.
Porém, é possível vender os títulos do tesouro antes do prazo, mas com rendimentos menores ao esperado.
- Tesouro Selic
O Tesouro Selic traz liquidez diária. Por isso, é possível resgatar seu título a qualquer momento. Esse tipo de investimento em Renda Fixa está relacionado à taxa de juros básica da economia, a taxa Selic. Em outras palavras, quanto maior for a taxa Selic, maior será a rentabilidade.
Por essa razão, ela costuma ser mais indicada para investir na reserva de emergência, que é fundamental para qualquer tipo de investidor.
- Tesouro Prefixado
Nesse tipo de investimento, a taxa de rentabilidade é determinada no momento da contratação do título. Então, ao ficar com o título até o final do período que for combinado, será recebido o que foi definido na contratação. Este investimento é ideal para quem quer saber o valor exato que irá receber no final da aplicação.
- Tesouro Prefixado com juros semestrais
Esse tipo de título é bastante parecido com o apresentado acima. Em resumo, o investidor sabe exatamente qual a rentabilidade que ele vai ganhar. Entretanto, a diferença está na forma que o investidor recebe esse lucro. No caso do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, essa rentabilidade é adiantada, de modo que não seja necessário aguardar pelo vencimento para receber.
Sendo assim, a cada seis meses o investidor irá receber rendimentos mais conhecidos como cupons semestrais, o que pode ser uma excelente estratégia para quem quer garantir uma renda extra a cada semestre.
- Tesouro IPCA+
Este título pode ser classificado como um título híbrido. Ou seja, ele pagará por uma taxa de juros fixa junto ao IPCA que seja aplicado no momento do resgate, costumando ser utilizado por quem deseja proteger o seu dinheiro contra a inflação e ainda receber juros.
- Tesouro IPCA+ com juros semestrais
Esse tipo de título público é parecido com o Tesouro IPCA+. A diferença se deve ao lucro que é custeado a cada seis meses. Há outra opção para quem quer servir meio ano. Mas agora com o benefício do ajuste pela inflação. Ressaltando que os títulos com rendimento semestral também estão sujeitos ao imposto de renda semestralmente.
Títulos privados
Também existem alguns títulos privados. Veja agora:
- CDB
O Certificado de Depósito (CDB) é um dos investimentos em subtítulos mais populares. Nele, os investidores emprestam dinheiro aos bancos e ganham juros sobre seus investimentos por um determinado período em troca. Da mesma forma que grande parte dos investimentos em renda fixa, os CDBs também possuem garantia do FGC. Então, é possível o investidor contar com uma segurança maior ao aplicar seu patrimônio. Além disso, as recompensas do CDB podem ser qualquer uma das três que chegamos anteriormente: prefixo, pós-fixo ou híbrido. Em termos de prazos, os investidores encontram desde CDB com liquidez diária até títulos com vencimento superior a três anos. Lembre-se que o CBD é tributado pelo IR e às vezes pelo IOF também.
- LCI/LCA
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) têm muitas semelhanças com o CDB. Esses títulos auxiliam ao financiar bancos, só que de maneira que o crédito imobiliário e o agronegócio sejam alimentados.
Sendo assim, como o CDB, a LCI e a LCI irão contar com a segurança do FGC. Porém, elas possuem uma vantagem adicional, por não sofrer incidência de IR.
Todavia, a remuneração desse tipo de título geralmente é um pouco menor em comparação aos demais títulos, mas ao considerar que o imposto de renda não é descontado, esta pode ser uma boa alternativa aos investidores.
- CRI/CRA
Uma aplicação não tão conhecida é a dos Certificados de Recebíveis Imobiliário (CRI) e dos Certificados de Reclamações Agronegócio (CRA).
Assim como na LCI e na LCA, os recursos captados por esses subtítulos serão destinados aos setores imobiliário e do agronegócio. No entanto, o FGC não garante CRI e CRA. Também está isento de imposto de renda.
Além de encontrar esses subtítulos no mercado, muito poucos estão disponíveis. Usualmente pagam um retorno fixo ou híbrido. Raros prefixos de renda CRI e CRA.
Outra maneira de obter esse tipo de nome é indireta. Ou seja, é possível encontrar fundos imobiliários que investem nesses tipos de ativos. Esses fundos têm acesso eficiente a esses aplicativos para investidores pessoas físicas.
- Debêntures
A Debênture é uma ferramenta de captação de recursos utilizada pelas empresas para financiar seus projetos. Normalmente, as empresas emitem esses títulos como alternativa ao financiamento bancário e aos acionistas. Ao contrário dos aplicativos bancários, este aplicativo não é garantido pelo FGC.
Em relação à tributação, geralmente estão sujeitos ao IR. Mas existem tipos especiais, como debêntures incentivadas, em que os investidores não estão sujeitos ao imposto de renda.
Os rendimentos também podem ser fixos, pós-fixados ou híbridos, dependendo da empresa que emitiu o subtítulo. Por fim, os prazos da dívida variam de médio a longo prazo.
- Fundos de renda fixa
Os Fundos de Renda Fixa não são aplicação de renda fixa, mas um meio para investir em produtos de renda fixa, como nos casos do CDB e o Tesouro Direto.
Neste tipo de fundo, grande parte do patrimônio líquido é investido em cotas de fundo de investimento ou até mesmo em títulos públicos e privados.
Após adquirir um fundo, o investidor se torna cotista e confiará ao seu gestor a tarefa de comprar bons ativos de renda fixa, de acordo com o mandato do fundo.
Ademais, um aspecto importante a considerar ao avaliar o desempenho do fundo com relação a seu índice de referência ou benchmark. Esse é um jeito de você escolher um investimento com maior segurança visto que o fundo de renda fixa não possui a garantia do FGC.
Além disso, vale ressaltar que há fundos com taxas de administração bem altas, o que gera um retorno baixo aos cotistas.
- Letras de câmbio
A letra de câmbio (LC) é muito semelhante ao CDB. Mas a principal diferença entre eles é que a LC não é emitida por bancos e sim por financeiras.
Os rendimentos são parecidos ao CDB, e normalmente você encontrará títulos pós-fixados e híbridos no mercado. No entanto, o prefixo LC também é produzido em quantidades bem menores que os dois tipos citados acima. Ele também tem segurança FCG, que é uma maior tranquilidade para os investidores.
Por fim, esses títulos também estão sujeitos ao imposto de renda regressivo, como a maioria dos títulos de renda fixa.
Qual a rentabilidade real da renda fixa?
Apesar do nome ser renda fixa, a rentabilidade não necessariamente será fixa. Visto que muitas vezes isso pode trazer confusão ao investidor. No entanto, é preciso que você entenda que existem alguns títulos com uma rentabilidade variável de acordo com o índice a qual o título está atrelado.
Por isso, a renda fixa é mais sobre definir de que forma será calculada a rentabilidade, do que sobre como receber a renda efetivamente fixa.
No caso dos títulos pós-fixados, há diversas vezes em que eles são atrelados ao CDI. O CDI é um indicador econômico que possui uma rentabilidade bem semelhante à taxa Selic. Desse modo, quando a Selic cai, o CDI tem a mesma tendência.
Então quando o investidor compra um título pós-fixado com remuneração atrelada ao CDI, ele sabe que a taxa de rentabilidade será recebida.
Entretanto, é preciso ter consciência de que essa tarifa pode mudar de acordo com as circunstâncias do cenário econômico no presente momento.
Quanto rende R$1000,00 na renda fixa
O rendimento do seu investimento na renda fixa vai depender muito do banco e das taxas de manutenção. No entanto, se você investir 1000 BRL em cerca de 30 meses, é possível que ganhe pelo menos 300 reais.
Vantagens da renda fixa
Os títulos são ideais para investidores que desejam diversificar suas carteiras de investimentos com segurança e rentabilidade.
Além disso, os subtítulos de renda fixa são a melhor opção para investidores que desejam sacar seus recursos da poupança, mas não se sentem seguros em investir em produtos arriscados.
Como a renda fixa está diretamente relacionada à poupança, ela pode proporcionar mais rentabilidade junto com segurança.
No entanto, esse tipo de investimento não é apenas para investidores conservadores. Investidores com perfil mais ousado costumam também proteger parte de seu dinheiro em aplicações de juros fixos. Desse modo, confira algumas das suas vantagens:
Diversificação
Há uma ampla variedade de produtos para a diversificação de investimentos.
Previsibilidade
Saber o valor exato que o título irá render no ato de aplicação é totalmente possível em casos que ele for prefixado.
Segurança
Grande parte tem a garantia do FGC avaliada em até R$ 250 mil.
Baixa volatilidade
Da mesma maneira que os títulos de renda fixa, a Renda Fixa sofre poucas oscilações no mercado financeiro, o que acaba tornando um meio mais seguro ao investidor.
Rentabilidade
Este é um ponto bem mais atrativo em comparação a outros produtos bancários como título de capitalização e poupança.
Desvantagens da renda fixa
A Renda Fixa, do mesmo modo que outras maneiras de investir, possui algumas desvantagens. Porém, elas não tornam a Renda Fixa inferior, apenas que não se encaixa para alguns perfis financeiros. Sendo assim, veja a seguir suas vantagens:
Carência
Há alguns tipos de investimento em renda fixa que possuem prazo de carência, que não permite a antecipação do resgate. Nestes casos, se você acabar precisando do dinheiro, parte dos rendimentos serão perdidos.
Risco de resgate
Debêntures, como CRI e CRA são aplicações que não possuem garantia, no qual podem levar o investidor a perdas totais da aplicação. Para aqueles investidores que não estejam familiarizados com esta análise, aconselhamos optar por investir em via fundos mais adequados.
Taxas
Dependendo da espécie de renda fixa que você for escolher, seu investimento irá ter uma série de tarifas e tributos. Por exemplo, no caso do Tesouro Direto há o IR, IOF e a taxa de custódia, responsável por incidir os rendimentos. Já referente aos Fundos de Renda Fixa há a incidência de taxa de administração. Por isso, é importante estar bem informado antes de determinar seu investimento ideal.
Risco do FGC
Mesmo os investimentos garantidos pelo FGC não são 100% isentos de risco. Em primeiro lugar, o FGC é um fundo de recursos limitados. E em uma situação estressante, você pode não conseguir manter seus compromissos. Isso nunca aconteceu, é verdade. Mas o risco existe, por menor que seja.
Qual a melhor renda fixa para meu perfil?
Se você está pensando em escolher um investimento com bom retorno e colocar todo o seu dinheiro nele, não se preocupe! Não é exatamente assim que as coisas funcionam. Investir em renda fixa é mais fácil do que você pensa, mas diferentes tipos de investidores possuem ativos distintos.
Os conservadores não são atraídos por subtítulos que não são cobertos pelo Traseiro Garantidor de créditos (FGC). Por outro lado, perfis mais ousados vão querer aplicações mais rentáveis mesmo que não tenham essa segurança extra.
Então, você precisa entender qual é o seu perfil de investidor. Saber que você está disposto a renunciar à segurança para obter retornos mais altos. Então, usando este perfil, você pode escolher o melhor investimento disponível.
Fica evidente que cada investimento possui características particulares, com distinção em diversos aspectos, desde as durações, lucratividade, liquidez e até mesmo tributação. Por consequência, se torna impossível escolher apenas um como o melhor, o ideal é definir um objetivo para cada investimento que você fizer.
Dessa maneira, você consegue optar por um tipo de renda que mais se adapte a sua situação atual. Do mesmo modo, vale ressaltar que, pelo lado contrário, há alguns investimentos ruins. Por exemplo, os investimentos de grandes bancos, visto que a sua rentabilidade é bastante insuficiente, o que torna uma alternativa desinteressante. Fato consequente de sua segurança, porém é possível achar investimentos melhores em bancos menores, mas que também tenham segurança.
Afinal, quando vale a pena investir na renda fixa?
Os ativos fixos podem ajudar os investidores a edificar riqueza a longo prazo. Por outro lado, investir em renda variável pode gerar retornos mais elevados por um longo período de tempo.
Os investimentos de renda fixa podem ser importantes em um portfólio diversificado. Preferencialmente alocado para uma reserva de emergência ou um fundo com potenciais oportunidades de investimentos futuros. A renda fixa é uma opção para quem quer investir seu dinheiro e mantê-lo seguro.